quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Bigode... (editadas)

 


























Bigode... (original)

 




quarta-feira, 10 de setembro de 2025

"Inabalável..."

Tu partiste, ferida da ausência,

levando contigo o eco de um abandono antigo,

e eu sei — ele te ensinou a temer

o peso da promessa não cumprida.


Mas eu não sou sombra que se apaga,

nem silêncio que corta em despedida.

Eu sou raiz, sou porto, sou permanência,

sou abrigo que não se desfaz no vento.

Não importa o que faças, nem as tempestades,

nem os muros que ergas para me testar.


Estarei aqui, inteiro, inabalável,

pois meu amor não conhece condição.

Ele é sincero, porque nasce da verdade,

é pleno, porque não pede nada em troca,

é eterno, porque ultrapassa o tempo,

e é teu, porque sempre foi destino.


Eu não repetirei a lição cruel

que a vida já te forçou a aprender.

Se ele te deixou, eu permaneço:

sou teu sempre, no hoje e no amanhã.

"Voce foi..."

Você foi abandonada,

aprendeu a desconfiar do amor,

carrega cicatrizes de promessas quebradas.


Mas eu não sou ele.

Não vou te deixar.

Não importa o que você faça,


não importa quantas vezes se feche,

ou quantas muralhas erga.

Eu estarei aqui.

Meu amor não pede nada,

não calcula, não cobra.


Ele só existe —

incondicional, sincero,

pleno e eterno.

Você pode duvidar,

pode tentar me afastar,

mas eu vou permanecer,

porque amar você

é a minha verdade

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

... sobre orquideas amarelas, amor e muito barulho por nada...

Entre risos que se escondem em máscaras,
como em Muito Barulho por Nada,
o coração se engana,
e a língua afiada da mulher irascível
afasta o afeto como vento frio sobre pétalas.

Mas há, no jardim da vida,
orquídeas amarelas que brilham como auroras,
florindo apenas sob mãos pacientes,
regadas não com pressa,
mas com o cuidado de quem entende
que a beleza precisa de tempo para respirar.

O amor, delicado como caule tenro,
não tolera espinhos de ira.
Prefere a calma, o cultivo,
a conversa que aquece,
o gesto que protege,
o olhar que reconhece fragilidade e força.

Pois só assim,
quando a ira se cala
e a ternura floresce,
as orquídeas — e o próprio amor —
permanecem vivos,
vencendo o ruído do mundo
com o silêncio luminoso da cor amarela.

mais um soneto...

Quando a paixão se veste em riso vão,
e a língua ferve em ira descuidada,
o amor se perde em turva confusão,
qual flor sem água em terra ressecada.


A orquídea amarela pede ardor,
não gritos frios que nada sustentam;
vive da mão que rega com primor,
e dos silêncios doces que a alimentam.


O coração não sofre voz cruel,
nem tolera o açoite da aspereza;
anseia antes por gesto terno e fiel,


que lhe conserve a luz, paz e beleza.

Assim o amor, se rega-se com calma,
não morre ao ruído: floresce na alma.

Soneto das Orquídeas e do Amor


No riso vão da peça em disfarçada,
onde o rumor é tudo e o afeto é nada,
ergue-se a voz irada e descuidada,
que afasta o bem, qual flor mal cultivada.

Mas no jardim a orquídea amarelada
pede à mão terna a água esperada:
se o zelo vem, mantém-se iluminada,
se falta o amor, definha abandonada.

O coração que ama é delicado,
não sofre o peso rude da aspereza,
precisa paz, cuidado e ser regado.

Assim a flor resiste à incerteza,
pois mais que o som do riso desvairado,
vive o silêncio doce da beleza.

sábado, 6 de setembro de 2025

Rosa Azul

A rosa azul


nasceu do impossível,


como um segredo guardado


no silêncio do tempo.

Seus pétalos dizem


o que a boca não ousa,


um desejo raro,


um milagre em forma de flor.

Olho para ela


e penso em ti:


singular, improvável,


mas real em minha vida.

A rosa azul

não pede explicação —


ela apenas existe,


como existe o nosso amor.