sábado, 28 de abril de 2012

A garota e seu tornozelo...




"A Garota e seu  tornozelo." - Por ela mesma.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sinto falta da garota dos olhos de jabuticaba...

Ela me fazia sorrir...
me acalentava os ânimos exaltados ou deprimidos de uma vida sem rumo,
cunho ou punho.
Sinto falta de seu sorriso que contagiava minha tristeza a ponto de faze-la gargalhar,
seus olhos contemplavam minha sensação de impotência diante do mundo,
e de minha completa ausência de amor pro'prio com carinho, com amor e com afeto.
Olhos que me traziam paz, tranquilidade, conforto e dormiam em minha mente mesmo depois do adeus...
Adeus garota dos olhos de jabuticaba,
encontraste o amor nos braços de outrem,
e minha ausência garante que sera's feliz,
pois bem lembras que so' carrego em meu peito:
tristeza, du'vidas e defeitos...

Me pediste...

Um dia te pedi em prantos,
uma cura para meus desencantos e desventuras,
uma maneira de repousar em um canto, o mundo que carrego em minhas costas.

Largas e açoitadas pelo pior carrasco que conheci,
aquele que encaro,
todos os dias diante do espelho.

Te disse:
- Pede para que eu me entregue aos vi'cios da ciência.
O fizeste.

Hoje encaro a vida,
a morte,
e todo o caminho,
O caminho,
e todo mais que pesa ainda em meu coração.

Mas dei o primeiro passo,
e graças a teu pedido,
que tal qual matrimônio,
me uniu a ti,
na esperança de um dia ser ao Seu lado,
um so'.

William Shakespeare e meu direito de resposta...


William Shakespeare...



De almas sinceras a união sincera. Nada ha' que se impeça: amor não e' amor se quando encontra obsta'culo se altera, ou se vacila ao mi'nimo temor. Amor e' um marco eterno, dominante, que encara a tempestade com bravura. E' astro que norteia a vela errante, cujo valor se ignora la na altura. Amor não teme o tempo, muito embora seu alfange não poupe a mocidade. Amor não se transforma de hora em hora, antes se afirma para a eternidade. Se isso e' falso, e que e' falso alguem provou, eu não sou poeta, e ningue'm nunca amou.

...

Nunca amei, nem me sagrei cavaleiro defensor do verna'culo nem de sua vertente boêmia e emocional, não me consagro poeta, nem vocacionado sou por falta de graça e dom. Mas a paixão me fez um dia, e em um dia feito de paixão, sonhei e fui seu.

...Antonio Moraes Filho



domingo, 22 de abril de 2012

Estava em minha cela...

...o ce'u que ja' não via a muito, parecia tão doce quanto as nuvens de algodão que provava enquanto criança no parque de diversões do interior do meu interior... Abertas as grades da cela, como que anunciando a entrada dele, vejo entrar um homem. Magro, alto, esguio e bem vestido, traje elegante, fino, vistoso, branco, vestia ale'm de sua quase tu'nica um relo'gio de ouro, que marcava a falta de 6 minutos para as 6 horas do sexto dia do presente ano. Era um janeiro fati'dico e apontava o correr das a'guas de janeiro... do u'ltimo janeiro, da estação fria de um inverno que seria o derradeiro de minha existência.
Os u'ltimos seis minutos que passei, provei o doce sabor do ranço do u'ltimo caju' que pus em minha boca, jogando fora e deixando de torrar a castanha que me fora reservada, por ter sido privado de minha liberdade e por estar a muito longe de um mundo que um dia me foi familiar.
Aquele homem me encarou com desde'm e disse olhando a grade aberta e falando com voz mansa e sedutora:
- Vai! Estas livre... não tera's de pagar o preço de seus pecados... não tera's de morrer, nem tão pouco encarar aqueles de quem foste algoz...
Olhando para ele, e descrente do que me acontecera, vacilo e caminho em direção a minha redenção, mas antes de me ausentar do destino que me fora reservado, estendo minha mão e acaricio as barras da cela que por muito tempo foram minhas u'nicas companheiras, amigas, confidentes e que me protegiam do mundo la' fora, como protegiam tambe'm o mundo de minha histo'ria e de meus tropeços...
Ao tocar por pouco que foi aquele metal frio e indiferente, me lembrei do quanto fiz, e de tudo que hou para que chegasse e fosse conduzido aquele vil momento, em que minha vida seria roubada, imolada e dada a tantos para que meus pecados fossem finalmente julgados e perdoados por uns poucos...
Olhei para tra's, vi o sorriso do homem e perguntei o preço de minha liberdade, ele me respondeu com sorriso nos la'bios:
- Basta me seguir...
Olhei o homem, examinei suas abotoadoras com diamantes encrustados, seus sapatos negros lustrados...
Voltei e sentei no mesmo banco, me debrucei sobre a mesma mesa, peguei o mesmo la'pis e o mesmo papel branco que encarei por 60 anos sem conseguir escrever um rabisco sequer... Criei coragem e empunhando minha espada, com la'grimas nos olhos, e ciente de meu destino disse ao homem:
- Ja' tenho a Quem seguir...
Encarei minha morte, com paz em meu coração, com a certeza de que não tive a melhor vida, que não fiz o melhor que podia de minha vida, que não fiz uma alma sequer feliz pelo simples fato de ter nascido... que nunca amei ou fui amado, sequer honrei uma u'nica gota de fe' depositada em mim....
O ponteiro dos minutos alcançou o das horas e o guarda-cela me chamou para conduzir-me ao corredor dos u'ltimos passos, para me deitar no u'ltimo leito e adormecer no u'ltimo sono...
Levantei... e com o mesmo olhar triste que carreguei a minha vida toda acenei ao advogado de olhos sombriamente indescriti'veis carregando algo nas mãos que seria o meu legado...
Ao atravessar as grades, amordaçado, algemado aos meus delitos entreguei a carta que deixo ao filho que nunca tive e aos pais que nunca amei, esta carta.

So' você...

Sabe como me sinto atrave's de meu sorriso,
fa'cil,
desvio,
e quase sincero...
so' você e seus olhos vêem atrave's dos meus,
o que realmente sinto...
desenrolam os novelos de devaneios,
confusões, insegurança e mentiras,
que conto pra mim mesmo na esperança de um dia deixar de te amar...
de seguir em frente,
em busca dos olhos,
que ate' mesmo atrave's de meus o'culos,
percebe minhas la'grimas, no sorriso que não dei,
no dia em que você não estava aqui.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

As palavras, o mar e tudo o que não consigo dizer...

Não e' hoje que te perguntarei o que gostaria,
pois nem ao menos as palavras sei peneirar de meus devaneios
para ti saber dizer o que realmente quero.
Diante de tal confusão e inquietude...
deixo o vento levar as garrafas...
minhas mensagens...
e quem sabe o mar...
com sua sabedoria...
não escolha a certa ordem e desabroche em meu coração a coragem de te dizer...
e de saber de ti... o que tanto quero.

Kafka...

Me procuras, não sei por que nos desejos de meus sonhos... que banhados pela...
ne'voa de morfeu, engrandecem meu despertar de borboleta...
minhas asas... que mal sai'ram do casulo, não sabem ao certo... se voam...
para a liberdade de um dia voltar a ser teu...
ou apenas para vontade de um dia adornar teus cabelos, como adereço em um dia de sol...
apenas sei que quando penso em liberdade...
quando sonho...
so' sinto saudade... de ti
e arrependimento...
do dia em que deixar de ser teu.

Autor...

Vontade de ser apenas um fantasma, como aquele que me olha neste exato momento e me diz:
-Você e' louco?
Pergunta atravessada e a contendo de toda minha vontade de não ser...
Acredito que esta' em mim, o fantasma que me pergunta aquilo de que ja' sabe a resposta, e que prende a mim este medo de sair... este medo de sentir... medo de ser...
Trancado, na escuridão do quarto apenas a luz de uma vela que mi'ngua e esclarece apenas meus desejos...
transito entre letras, vontades, desespero, e outras, que nem ao menos sei se vivi, se senti, se sou, ou se um dia ao menos serei...
apenas, eu, a pena, apenas... e o papel...

Pedras e cartas...

Coleciono pedras, cartas de dias, sejam eles bons ou maus, sejam eles vividos ou não, sejam eles sonhos ou histo'rias ditadas pelas teclas de minha ma'quina de escrever... carrego pedras, vidas, amores, histo'rias e mares que ainda hei de navegar...

Deixem meus fantasmas, levem apenas a lucidez, a ordina'rio e o mundo...

Prezo pelo dia em que meus fantasmas serão apenas lembranças de um passado sem volta...
mas no dia em que se forem o que restara' de mim senão, senões de um homem ordina'rio, de um homem sem medos, sem misterios, e sem devaneios... de um homem sem fe'... sem a luz que torna meus dias mais claros ou escuros segundo o humor de espectros de sobrenome lembrança... que restara' de um homem sem um passado... que restara' de um homem que apenas lu'cido, se contenta com a monotonia do mundo... que restara' de um homem... que abandonou a loucura para se entregar a mediocridade do mundo...

Sinto falta...

... do cheiro da maquiagem que não puseste no nosso primeiro encontro,
e de como ela sobrepujava o teu perfume, que ainda repousa em meu travesseiro...
junto com todas as vezes que te vi partir, e sonhei com a tua chegada...
sonhei e sonho,
com a pergunta que não fiz, por medo de dizeres não aos meus anseios e aos meus fantasmas...
que carrego em mim desde o dia que disseste não aos meus impulsos e a minha vontade de ser seu, sem medida e sem julgo, fosse ele verdadeiro ou não...
me atormenta a falta que me faz sua voz e vos que tal qual o po' de arroz de teus dias brancos, fez mais branco  a brancozidade de meus sorrisos...
e quanto a todo o resto, canto com peninha, enquanto uma la'grima cai enquanto dirijo à noite chuvosa...
- Tua maquiagem ta' legal...