segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

''Viver não é preciso, navegar preciso, pois escrever é indecritível''...


Escrever me acalma a alma, pena que tenho de trabalhar,
bem passaria o dia, sem nada a fazer, apenas vendo o tempo passar, e escutando os pássaros,
os amigos, as confissões, angústias e lamúria, úmidas ou ríspidas, que furam como prego,
ou que evaporam como água de nuvem ao tocar a rio de lava, de vulcão, que escorre para o mar como fio de choro deságua na boca de uma menina tristonha...
suave, calmo, à praia, indômito, feroz, implacável, agressivo,
no oceano, ou mar, morto, como pedra, sem vida que viajou, do centro da terra, aos mais obscuros, e rarefeitos ares da atmosfera, para morrer no fundo do mar.
É quando melhor sinto a pequena morte de cada dia, a pequena morte literal a cultura hindu.
Gozo acidental de quem não pretendia chegar ao nirvana, mas apenas se deliciar com a dança dos dedos sobre um teclado, que canta, mas apenas produz a mesma nota, timbre, e ôco som de "tec, a cada compasso mal dado de um coração sofredor.
O grande poeta disse uma vez "navegar é preciso, viver não é preciso", bem sei que não preciso de nada disso, pois pouco importa a exatidão do viajar, ou a incerteza de nossa grande viagem, mas simplesmente, pratico plágio descarado, indolente, sarcastico, mas ao mesmo tempo "sem cera", ou sincero se preferir, 'viver não é preciso, navegar preciso, pois escrever é indescritível', use esta frase excluindo qualquer oração, e encontrarás verdade, mas deixe de orar, mesmo que ao Deus dos ateus do ''graças a Deus'', que vais ficar inconfortável, vazio, e como diz o ditado de minha terra: ''saco vazio não fica de pé''.

Uma dose no boteco Santo Antônio...


Visto bota de couro, chapeu de cauboi, e me esforço para andar na lei,
mas são tantas as leis,
segundo o código tenho de obedecer até mesmo aquelas que não conheço.
Ignorância não serve de atenuante a crime algum em meu mundo,
minha terra, meu país, minha casa, minha alma.
Sinto o quarto se fechando em meu peito,
apertando o último supiro de um coração bandido,
que não é assim por desejar, e sim por ter nascido torto,
sem jeito, "sugeito" com gê, como escrevi a quatro mil, setecentos e quarenta e cinco dias atrás,
em uma prova de português de meu professor de fundamental.
Tinha o nome de João, e era fiel a lei, dos homens, apenas dos homens, pois parecia não apreciar,
as carícias de uma cortesã, apenas por não apreciar as carícias de mulher alguma.
Mas era fiel, fiel a lei de que cada erro de ortografia valeria menos um décimo da nota final.
Infelizmente eram dez letras, em uma questão, de uma prova de dez questões.
Mas aprendi, ao acertar todas as classificações daqueles tipos de sujeitos tortos da avaliação,
que mais parecia uma enquete, que mesmo acertando, todas as respostas, escrevendo os "sujeitos", corretos, se não lembrar de colocar o 'título' de sujeito antes de cada nome próprio deles, se perdem como nomes, furados como o do cowboy que vos escreve, sem 'título' antes do nome,
sem sobrenome que se conheça, apenas com uma butina, um chapéu, agora coco,
e uma vontade infinita de mudar o mundo...
E que apenas passou neste boteco, para saudar ''o santo'', dar a dose, tomar a uma dose, e ir domir o sono dos sujeitos injustos, que tanto tentam fazer, e nada conseguem por que no fim das contas,
o sono bom é dos justos.