segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Soneto das Orquídeas e do Amor


No riso vão da peça em disfarçada,
onde o rumor é tudo e o afeto é nada,
ergue-se a voz irada e descuidada,
que afasta o bem, qual flor mal cultivada.

Mas no jardim a orquídea amarelada
pede à mão terna a água esperada:
se o zelo vem, mantém-se iluminada,
se falta o amor, definha abandonada.

O coração que ama é delicado,
não sofre o peso rude da aspereza,
precisa paz, cuidado e ser regado.

Assim a flor resiste à incerteza,
pois mais que o som do riso desvairado,
vive o silêncio doce da beleza.