Hoje...
na madrugada de uma segunda-feira...
após o dia de cinzas...
ocupo no trem o lugar de um aleijado qualquer... o pés doloridos e calçados por um tênis surrado, ou pelo menos o que sobrou dele.
Tal qual os blocos da folia... o trem abriga... acolhe de forma efêmera os que embarcam... pois tal qual no carnaval... ao fim do trilho, todos abandonam o trem... ate mesmo o o condutor...
Passageiros do bloco da vida abandonam os trilhos mesmo sem pedir parada... embarcam desavisados e desembarcam não por vontade.
Na ultima parada, velo sozinho a solidão do vagão vazio... guardando o estandarte manchado pelas lágrimas... e e com o peito cheio de saudade do derradeiro momento...
... o último carnaval.