terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O sabonete...

Hoje, viajarei...

Serão 36 horas rumo ao norte...

Eu e a arara vermelha, com o vento ao rosto, ladeado por sonhos em suspenso. Adiados pela vontade de fugir... E pelo simples prazer de poder voltar..

Ao preparar a bagagem, levo um sabonete, o sabonete que ganhei de uma puta triste que ainda chora o adeus de sua amada...

E choro...
Choro de saudade... Mas não apenas daquela puta triste, mas dos sorrisos, tragos, alegria e prazerer etérios e etílicos desfrutado juntos... Dos amigos...

Boemia...
Daquele tempo me resta apenas as noites e a saudade.

Decolo... Abro os braços... O vento no rosto e apenas o horizonte como limite irreal de uma vida sem limites.

A beleza do amor...


Alguns delegam ao amor a arte de cuidar...
como planta a germinar...
com carinho e atenção...
água,
luz,
chuva,
sol,
verão...

De rimas pobres,
afirmo ciente,
loucamente, entediado e sabido de vida,
que o engano faz parte dessa afirmação.

A essência do amor, e o seu delegar,
estar em reconquistar,
dia após dia, quem estamos a desejar,
seja com verso,
prosa,
música ou poesia,
até mesmo, ceder um pouco, para quem devemos ou desejamos ficar...

O amor, sua função-mor, reside no conflitos,
pois sem conflitos e provas o amor não há de se solidificar...
será sempre cimento fresco,
demão recém pintada,
e há de manchar,
magoar,
entediar,
e quem sabe disso, desta semente,
até mesmo uma inimizade pode brotar.