segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Porque escrevo?


Escrevo por pensar, penso logo escrevo, se me fosse dado todo tempo do mundo,
gastaria escrevendo sobre as possibilidades que todo esse tempo iria me proporcionar...

se me concedessem uma tarde para ir a praia, talvez trouxesse a praia para dentro minha orelha,
tal qual o som do mar que sai de uma concha, passaria a tarde a escutar,
deixando apenas a mão livre a sentir o lápis,  papel e a liberdade do mar, sua brisa, o sol, e a lua do luau, imaginado por tantas vezes ao som de músicas para acampamento, e risos de amizades despretensiosas tal qual a de um cão que tem por seu melhor amigo sentimento puro e inconfundível...

o calor da fogueira, o sabor da bebida e o doce prazer da companhia do mais belo retrato, colado na janela da lembrança...

Um rosto sorri para mim...


e mais uma vez sinto contente, pois me é dado o prazer de compartilhar a beleza que o mundo tem em cada sorriso, em cada semblante, que mesmo que cansado, se faz afetuoso para as lente da polaroide, que instantânea, capta algo além de luz e tons, capta o tom de sentimento e vontade que tange a liberdade, vontade, desejo, do que é, pensa ser, e será...

... e penso na dor de viver


... e penso na dor de viver
viver vivendo, ao seu lado, ou apenas na ilusão de ao seu lado ainda estar,
na pureza  de meu sentimento e na doce amargura de teu desejo em estar comigo.

Me levanto em uma noite de lua,
a cama não aparece mais tão macia quanto as carícias que me fazes,
e a lua que banha minha consciencia soturna, bohêmia e laciva com o desejo de estar em teus braços,
não mais adoça minha ternura, meu sentimento,
me levanto e  afogo minhas angústia na máquina de escrever, para tentar esquecer um pouco das letras que torturam minha  mente , ante sentimentos de chuva, frio, e solidão.

meus sonhos confundem minhas ideias, num turbilhão de quadrantes, teoremas e algo de kafka confunde minha noção de realidade, não sei mais ao certo se sou borboleta, bem-te-vi, ou apenas homem que sonha, que tem ilusões, ou que tem esperança... vontade... sentimento... dor...

apenas espero, o dia nascer para não mais sentir a anguústia da solidão de uma noite sem lua, de não depender mais da companhia apenas do som das teclas zurumbáticas que acariciam as pontas de meus dedos, espero a doçura do sol, para despertar meus lábios que teimam em beijar o rosto do novo dia e do dia novo, mesmo sabendo da dor que está presente em cada despedida, em cada adeus, em cada "carpe diem", em cada vida que levo em cada dia, como o último dia, e como que cada dia fosse o último, contente apenas por saber que a previsão leviana e despreteniosa há de se tornar legítima um dia, e por um dia apenas...