segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

"...do tempo em que..."

 do tempo em que mortos andavam, coracoes batiam, falavam de sentimentos...

do tempo em que irmaos falavam e se falavam...

do tempo em que dementes lembravam, eram lembrados e amavam...

festejavam-se os tempos em que acreditava-se que a tristeza, discordia e solidao jamais chegaria...

mas o tempo de bonanza passou...

as festas de junho não mais sao lembradas... os cajus sao lembrados apenas pelas castanhas torradas... nem crocantes nem salgadas... amargas... velhas...

sorrisos sao lembrancas opacas... mareadas pela saudade de que ficou esperando um ultimo abraco...

abraco que nao veio...

que vai ficar para depois... para o depois.

pois nós temos o triste hábito de ficar nosso olhar... de gastar as voltas do ponteiro do relogio.. com aquilo que não gostamos para agradar pessoas com as quais nao nos importamos...

relegando... preterindo o prazer de sorrisos verdadeiramente apetitosos de nossos verdadeiros amores.