Tu partiste, ferida da ausência,
levando contigo o eco de um abandono antigo,
e eu sei — ele te ensinou a temer
o peso da promessa não cumprida.
Mas eu não sou sombra que se apaga,
nem silêncio que corta em despedida.
Eu sou raiz, sou porto, sou permanência,
sou abrigo que não se desfaz no vento.
Não importa o que faças, nem as tempestades,
nem os muros que ergas para me testar.
Estarei aqui, inteiro, inabalável,
pois meu amor não conhece condição.
Ele é sincero, porque nasce da verdade,
é pleno, porque não pede nada em troca,
é eterno, porque ultrapassa o tempo,
e é teu, porque sempre foi destino.
Eu não repetirei a lição cruel
que a vida já te forçou a aprender.
Se ele te deixou, eu permaneço:
sou teu sempre, no hoje e no amanhã.

