segunda-feira, 8 de setembro de 2025

... sobre orquideas amarelas, amor e muito barulho por nada...

Entre risos que se escondem em máscaras,
como em Muito Barulho por Nada,
o coração se engana,
e a língua afiada da mulher irascível
afasta o afeto como vento frio sobre pétalas.

Mas há, no jardim da vida,
orquídeas amarelas que brilham como auroras,
florindo apenas sob mãos pacientes,
regadas não com pressa,
mas com o cuidado de quem entende
que a beleza precisa de tempo para respirar.

O amor, delicado como caule tenro,
não tolera espinhos de ira.
Prefere a calma, o cultivo,
a conversa que aquece,
o gesto que protege,
o olhar que reconhece fragilidade e força.

Pois só assim,
quando a ira se cala
e a ternura floresce,
as orquídeas — e o próprio amor —
permanecem vivos,
vencendo o ruído do mundo
com o silêncio luminoso da cor amarela.