quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Trigenição - O retorno

..homem , esguio de má vontade, acende um cigarro, como que fumar gostaria, sem que precisa-se acende-lo. Barbas compridas, cabelo por cortar, desleixado, e inconsciente de sua razão de ser.Entre um trago e outro, pergunta ao flanelinha:
- Você sabe qual a melhor mágica que um homem pode fazer?
- Botar comida na mesa de minha casa, ajudando pessoas a estacionar seus carros...
Contrariado, ele responde:
- Errado...
- Porquê?
- O mais mágico é de dois fazer um.
- Não entendo - diz o moleque já coçando a cabeça, seja por falta de banho, por parasitas, ou quem sabe até por realmente se interessar por aquele papo ébrio de fim de noite...
- Simples, você tem dois carros, um quebra, você então começa a usar o outro, mas este também quebra, o que você faz?
Se sentindo num mato sem cachorro o "muleque" responde irriquieto e contrariado:
-Boto ambos na oficina e ando de ônibus até ficarem prontos.
-Errado
-O que deveria fazer então?
- Desmonte ambos e construa um carro melhor...
Com riso entrecortando discretamenta, o esboço de bochecha que aquele homem magro poderia ter algum dia e já tragando talvez por uma última vez esta noite, desatenta-se um pouco e o muleque contrariado responde após pensar um pouco:
- E o senhor sabe de um grande mistério, que talvez eu lhe diga a resposta e você nunca entenda?
O homem desatento reponde como que não houvesse nada que aquele menino pudesse lhe perguntar que ele mesmo já não tivesse descoberto por si só...
- O que?
- A maneira de um virar dois...
- Como assim?
- Acredita em Deus?
O descrente e afetado responde como todo "ateu graças a Deus":
- Sim...
Uma dúvida lhe entrecorta as madeixas e lhe deixa um pouco nu diante da dúvida que aquele quase nada lhe fizera mistério...
- Pronto, teve um cabra arretado que veio por essas banda e disse que era filho dele e o próprio Deus, e fez coisa que até Deus duvida...




Indescriti'vel leveza da cruz...

E quando da tristeza e do sofrimento [que percebo o quanto meu trabalho [me faz mal. E' quando da insegurança [do medo de errar, [do medo de não fazer o suficiente, [da incerteza do certo e errado, [do que e' bom do que e' bem, [do que sinto, do que [deveria sentir. Que não gosto do que faço, [que sofro, [que sou atormentado, [e atormento, [que percebo, Que não gosto... [so' amo.