quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Pesadelo

Esta' escuro... e a noite, meus pensamentos, devaneiam em busca de algo que não sei se vou encontrar, nem mesmo sei o que procuram esses desvarados caboclos que teimam em invadir a praia de meus sonhos, serão novas batalhas, novos horizontes, novas terras a serem conquistadas, seja o que for, sua ira dilacera em mil qualquer resqui'cio de sanidade que por ventura venha a atravessar-lhes o caminho, são fortes e muitos, gritam e cortam, gemem e ugem, suas dores me fazem sentir compaixão, o sangue que escorre de suas feridas torna rubra e enebria minha vista, chegam a dilacerar meus olhos de tão horrendas as carnes expostas ao sofrimentos por tantos anos. Sinto compaixão, e esqueço de minhas dores, por um curto espaço de tempo e compreendo as dores da corja de assassinos que perseguem seus algozes, peço ajuda, grito como eles em busca de socorro, mas so' o silencio responde as minhas preces. Meu coração bate forte, a angustia me condena os sentidos, de mais nada servem as cabeças aos pe's daqueles homens, sua ira transcende a vingança, sua ira e' o'dio puro, e' apenas desejo, e' apenas fome, vil, sangrenta e torpe. Me resigno a dor, a ouvir-lhes a dor, a sentir-lhes a dor e acordo.

Escritor...

Peço que o sol nasça logo, pois hoje não sera' dia de sonhar. O cafe' ja' não me mantem desperto, e meus erros saltam aos olhos do redator, que me devolvera' os rascunhos, indagando se realmente sou escritor, lhe respondo com cara limpa, de suor, sono e la'grimas: - Nem poeta.

Bebendo - Café com leite

Ja' não sonho mais...

... meus olhos teimam em fechar, ardem de pela fumaça que torna e'bria todas as minhas vontades, cresci, e os sonhos não me parecem mais deleite e sim escravidão, não sonho mais, não durmo mais, não esclarecem nem alentam o pouco de homem que ha' em mim, a fera, toma conta de meu espi'rito enquanto o gosto doce do cafe' parece desvencilhar tudo o que penso, tudo que existe de tranquilo e tênue de meus sentimentos. A lua cobra o preço de sua companhia, o som de um microfone, ecôa vozes que so' ouço em meus pensamentos, que so' ouço em minha imaginação, que so' ouço por desejar, em vil momento ir ale'm de meus sentidos. Não durmo, e os olhos me pesam a alma, o corpo me pesa a sorte, e a sorte me espera em sonho, quem sabe borboleta serei ao deitar, e por mais um vão momento me separar da dor da existência humana.

Bebendo - Café com leite

Hoje...

acendi mais um cigarro, acendi um cigarro, talvez o u'ltimo de muitos, que irão me levar embora...

... não ssei onde quero chegar com tanta dor, quem sabe o parai'so, quem sabe o purgato'rio, em cinco minutos onde poderei chegar?

A brasa quente que queima, acende meus pensamentos, o cafe' me mantem acordado, e o cigarro me desperta a vontade de chegar la'. Mas em cinco minutos, sera'?


Fumando - Free America
Bebendo - Café com leite

Minhas mentiras...

...são como filhas e filhos que saem do ventre de suas mães. O pai sou eu que as conto, a mãe, quem escuta.

Estranhamente sonhadora...

Sua pele clara, macia, indiferente aos raios do sol que e' ofuscado por tua beleza, por teu riso estridente, por teu amor desmedido, por tua capacidade de amar, sem medida, por tua preguiça, deitada fica em lenço'is que antes do nascer do dia enchardados de suor foram pelos beijos que me deste. O mais estranho e' o que mais gosto em ti, e' a falta que você faz em mim: saudade.

Suspiro...

Não me sinto mais o mesmo, a vida a cada dia perde um pouquinho mais do sol que ilumina o amanhecer, as gotas de chuva enebriam minha alma como o gole de vinho antes de deitar, ou como a neblina que não me deixa ver a dois palmos do meu pro'prio nariz.
Meu egoi'smo levanta e se arma com a tristeza que sempre existiu em meu peito, e a dor de ter de me submeter a tais sentimentos, me sufoca o suspiro, ja' não raro em meus lenços. Suspiro esse que hoje e' de dor, amanha de susto, e um dia o ultimo, quem sabe de adeus.