Hoje deveria ter feito aquilo que prometi a minha alma de fugitivo,
aquilo que faria de tempos em tempos, de era em era, de verão em verão.
Hoje deveria ter feito aquilo que escondi de ti,
vestiria as luvas que me deste, o jibão negro de vaqueiro do futuro, a bota de "cauboi", a calça jeans surrada e com alguns rasgões, e o elmo dos cavaleiros do asfalto. Montaria em minha égua de aço e ferro, que em sua alma e coração possui a força de quarenta e um cavalos loucos, porém já domados por aquele que te escreve estas linhas, e seguiria em frente buscando o horizonte em cada carinho proferido a égua "negrinha", que foi batizada com este nome por com "Bravura Indômita" reconhecida no olhar por paixão a primeira vista.
Não olharia para trás, além de vista ao retrovisor de quando em vez, para ter certeza de que há por onde voltar. Seguiria até meu coração dizer: "Volta! Teu bem te espera, sente saudades tua, te quer de volta e desta vez te tratará como o destino reservou, como Deus prometeu um dia.". Então abandonaria esta vida de fugitivo, tornaria "negrinha" em uma égua de labor campestre e não fugirias mais de ti, enfim não precisaria fugir mais de mim mesmo.
Mas estou aqui, espero junto a ti o que talvez nunca virá, o sim de teu coração, o sim que negligenciei a primeira vista e que hoje tanto desejo... te desejo, não quero te dizer mas também te amo...