Estou em uma sala de espera ampla, bem ilumida pelos raios de sol,
que atravessam as grades de uma janela escancarada.
Uma criança gorda, sentada a minha frente, vestindo uma camisa listrada e um jeans
coloca o indicador na narina direita e sem que sua mãe perceba, distraida com
uma revista de fofocas, limpa-o no estofado da poltrona.
O relógio marca dez minutos para meio dia,
minha fome já se faz presente, não sei por quanto tempo permanecerei aqui.
O senhor de barba grisalha parece ter passado anos aqui, afinal o jornal que lê
ainda em tipografia e de uma cor amarela que denuncia sua idade.
De repente quando anos passados, e a esperança de deixar o recinto me quase me falta.
O letreiro informa da partida de meu vôo, adiado por tanto tempo,
por tantos motivos e percalços,
o destino é incerto, mas o que esperar de algo como o amor!?