sábado, 19 de junho de 2010

Apenas palavras...

Tal como meu tio armando, o manduca. Tive o prazer, e Deus me fez a caridade de me mandar filho de um homem digno quanto ao que se vale de honestidade e exemplo de vida.
Sempre andei na linha, sempre fui reto. Até o dia em que quis alçar vôos com os quais nem este homem compartilhava, por não entender ou simplesmente por acreditar que não fosse o melhor para mim. Não cabe a mim julga-lo e sim julgar minha incapacidade de ser eu mesmo.
Não tolero as dores do mundo e nunca tolerarei, mas sei da necessidade que a dor impôe aos que sofrem, pois muitas vezes é do terrenos mais fétido que surgem as mais belas orquídeas.
A revolta sem causa me consumia, pois acreditei por muito tempo, pra ser exato até meus doze anos que uma revolução mudaria o mundo.
Mudei de ideia depois de saber que isso havia sido tentado antes, e que não era nenhuma novidade o que propunha, e tive certeza quando escutei da boca de uma amiga um trecho de um livro, algo do tipo: "Tio, calma, as vezes é preciso uma revolução para que tudo continue como está."
Bem meus mestres me ensinaram muito, e muito além do que as simples fórmulas ou conteúdo de livros, me ensinaram a amar e a acreditar nas pessoas, a acreditar que a sulução do mundo não está nem está na intolerância de quem acusa, nem tão pouco na falta de escrúpulos de quem comete um crime. E sim na vontade por parte de quem faz o certo de ensinar quem faz errado a fazer o certo. Só apenas um pouco mais de paciência é o que Lenine pede ao mundo em sua música e é só isso que eu peço a quem me escuta, paciencia não apenas com quem amamos, mas principalmente com aqueles que mais desprezamos, pois são eles que mais precisam.
Pode um homem me enganar uma vez, mesmo que eu saiba que ele me enganou, pode ele tornar a me enganar, pois sei que tudo vai ficar bem, pois se ele teve coragem de tentar me enganar pela segunda vez é porque era realmente disso que ele precisava, e se era só o que eu tinha para oferecer, me dou por satisfeito.


Ao meu tio Manduca pelo carinho em me mandar mais uma crônica de sua autoria.