sábado, 27 de março de 2010

Perdão...

O perdão nem sempre é suficiente para trilharmos
nossa existência.

Muitas vezes temos o perdão de tudo e de todos
mas esquecemos de perdoar a nós mesmos.

Do que vale o perdão alheio se não nos
libertarmos da consciencia de culpa.

A culpa aprisiona, aprisiona o sentimento,
angustia a vontade, e deprime a cor dos olhos
de quem de tanto chorar por pedir perdão
o recebe mas por tanto sofrer e se culpar
não perdoa a si próprio.

A culpa hoje é algo que aprisiona nossa sociedade
pois o ser humano não percebe que o perdão do outro
é algo indiferente se ele não perdoa a si próprio.

Quando quero seguir em frente laços de culpa me
jogam ao chão como cordeiro que tenta se libertar de seu
pastor e por isso não pode pastar em lugar mais fresco.

Culpa é como filho que não se perdoa por não amar mais o pai.
Pois não importa o que este pai fez para com o filho, sempre
vai haver a culpa Freudiana de não ser como o pai,
de ser somente filho.

As ilusões bastam para que o homem se sinta homem,
triste dele pois não percebe que só sendo mais de um,
conseguirá entender a existência.

Existir é mais que viver, existir é não ignorar que tudo é
parte, e tudo é todo.

O reflexo no espelho não é o ser humano que nele se projeta,
nem é parte dele, esta é a consciencia que nos é emprestada,
uma visão parcial de tudo que existe.

Não adianta estudar, ler, pesquisar, para iluminar, é preciso
abdicar de tudo isso. É viver em um território sem fronteiras,
pois as fronteiras só existem em lugares, e lugares nada mais
são que abstrações.

Abstrações pois um lugar não nasceu com o princípio de ser
O lugar. Ele apenas existe. O princípio do lugar está na
consciencia do homem, no que ele entende daquele lugar,
na ilusão que aquele lugar representa.

O ser humano se esquece que apenas de imaginar um lugar,
pode estar presente nele. Isto é reflexo da preguiça que o
homem tem em imaginar, em abstrair, pois só capacitando a
abstração, é possível perceber que tudo nada mais é que
resultado de abstração.

Abstraímos o que vemos, o que tocamos, o que temos, o que
queremos. E quando o fazemos estamos representando em nossa
mente ideais.

Ideais remetem ao mundo das idéias perfeitas. Nada mais são que
modelos. Ao trazer para realidade tudo é distorcido e incoerente,
resultando em frustração, medo, culpa, amargura.

Perdoe suas idéias, abstraia o presente, navegue no alheio e seja
contente. Pois o contentamento é o único e verdadeiro prazer que
esta vida pode propiciar.