segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O taxi

Por Antonio Moraes Filho & Armando Coelho Neto

Um taxi...Por conta de uns goles de cerveja. Quatro amigos... uma balada...Um taxista... uma jornada dupla... uma noite sem dormir na com o filho no hospital...Linha vermelha... lua vermelha, farol vermelho...Vontade de chegar em casa... velocidade... um cochilo... uma curva... uma mureta...- Linha vermelha... lua vermelha, farol vermelho...Três mortos... dois aleijados...Nunca mais correu... nunca mais teve o controle de seus pés... nem sequer os pés, assim no plural - pois lhe sobrou apenas um...Porém, mais triste foi o destino de Armando... recebeu pelo seguro do veículo... comprou outro taxi...Repousa em sua garagem... com cheiro de novo... seu cunhado dirigiu até sua casa...Armando nunca.Armando só usa ônibus e metrô... nunca mais entrou em outro carro... pensar em dirigir outro carro lhe causa crises de pânico tão intensas quanto a culpa que lhe corrói a alma... a sanidade... Armando e sua vida que se assemelha a tortura...Não pisa com os dois pés... não anda com um após o outro... - Mas e o outro!? - Acho que seu nome era Antonio- Bem... Antonio e suas rodas giram... elas o levam onde quer... ao contrario das rodas do carro de Noel...Aleijadas... tal qual o dono.

Baseado em http://antoniomoraesfilho.blogspot.com.br/2014/08/um-taxi.html