domingo, 9 de outubro de 2011

E o meu domingo?


O que eu faço com o domingo se chove,
o sol tímido teima apenas em espiar entre as nuvens o desanimo de meu espírito...
esperava ser um dia como outro qualquer, e surpreendido pelo ócio penso em mim,
em minha egoísta vontade de ser, e desatenta maneira de viver sem perceber que sou.
Meu olhar desvia das vontades,
dos desejos,
dos julgos cotidianos do cidadão comum, que tem capacidade infinita de se saber certo,
de saber a diferença entre o certo e o errado, de ter apenas certezas, verdades, e nenhuma dúvida...
Me recolho a minha insignificância, e em oração agradeço por ter sido abençoado com nada além do que dúvidas,
e mais que isso,
por ter fé.

sábado, 8 de outubro de 2011

Não te atendo...


Me telefonas e não te atendo...
falar não convém pois escondo a tristeza de meus pensamentos, apenas nas teclas...
com palavras escritas com saudade e lágrimas,
Caminho sozinho...
tento seguir a linha da vida que divide a palma de minha mão,
mas ela é tortuosa, falha, estreita,
queria milhões de vidas, vividas,
queria respirar mais vezes sem sentir o morrer de cada dia ao fechar os olhos para o sagrado descanso...
te escrevo a verdade e suspeitas de minhas dores, minhas angústias, e de minha voz que não quer falar,
me resigno a tentar fechar os olhos, e viver o fim do dia,
amanha te ligo, te escrevo, e quem sabe entendas o porque de minha tristeza ser muda.

Mais um adeus...


Te pergunto para onde...
me respondes até o ponto...
O ônibus chega e confesso que te levar até a despedida é tortura...
dizer adeus, não sei,
a bagagem de nossos momentos vão ao seu lado...
minha alegria também...
um beijo,
um abraço,
mais um adeus...
você vai e algo me diz que devia ter te pedido para ficar...

Até logo...


A madrugada foi longa,
o sono tardou a chegar,
a nuvem de tristeza que rodeou meu dia finalmente se fez chuva,
molhou minhas lembranças com lágrimas de saudade...


terça-feira, 4 de outubro de 2011

A mentira...

é a isca do tolo, que morde
tal qual o anzol que é o gatilho de sua queda, e morre sufocado mesmo tendo a ar do mundo inteiro para respirar...

despojo de dor e consequencia,
ciência do pecado das neuroses e descasos, angustia, angustia, angustia...

ela anda léguas tal qual fama de cacheiro viajante,
e rápida como  a navalha do barbeiro, mas não qualquer um,
sim daqueles que tem clientes que o procuram para ter além da barba rente maquiagem vermelho vivo, em seus pescoços tenros, macios, e deliciosos ao corte...

o  barbeiro que atende apenas um seleto grupo de clientes, clientes que moram na lembrança de um homem perturbado pelo desejo, prazer e ódio, em fazer justiça com a própria lâmina...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Porque escrevo?


Escrevo por pensar, penso logo escrevo, se me fosse dado todo tempo do mundo,
gastaria escrevendo sobre as possibilidades que todo esse tempo iria me proporcionar...

se me concedessem uma tarde para ir a praia, talvez trouxesse a praia para dentro minha orelha,
tal qual o som do mar que sai de uma concha, passaria a tarde a escutar,
deixando apenas a mão livre a sentir o lápis,  papel e a liberdade do mar, sua brisa, o sol, e a lua do luau, imaginado por tantas vezes ao som de músicas para acampamento, e risos de amizades despretensiosas tal qual a de um cão que tem por seu melhor amigo sentimento puro e inconfundível...

o calor da fogueira, o sabor da bebida e o doce prazer da companhia do mais belo retrato, colado na janela da lembrança...

Um rosto sorri para mim...


e mais uma vez sinto contente, pois me é dado o prazer de compartilhar a beleza que o mundo tem em cada sorriso, em cada semblante, que mesmo que cansado, se faz afetuoso para as lente da polaroide, que instantânea, capta algo além de luz e tons, capta o tom de sentimento e vontade que tange a liberdade, vontade, desejo, do que é, pensa ser, e será...

... e penso na dor de viver


... e penso na dor de viver
viver vivendo, ao seu lado, ou apenas na ilusão de ao seu lado ainda estar,
na pureza  de meu sentimento e na doce amargura de teu desejo em estar comigo.

Me levanto em uma noite de lua,
a cama não aparece mais tão macia quanto as carícias que me fazes,
e a lua que banha minha consciencia soturna, bohêmia e laciva com o desejo de estar em teus braços,
não mais adoça minha ternura, meu sentimento,
me levanto e  afogo minhas angústia na máquina de escrever, para tentar esquecer um pouco das letras que torturam minha  mente , ante sentimentos de chuva, frio, e solidão.

meus sonhos confundem minhas ideias, num turbilhão de quadrantes, teoremas e algo de kafka confunde minha noção de realidade, não sei mais ao certo se sou borboleta, bem-te-vi, ou apenas homem que sonha, que tem ilusões, ou que tem esperança... vontade... sentimento... dor...

apenas espero, o dia nascer para não mais sentir a anguústia da solidão de uma noite sem lua, de não depender mais da companhia apenas do som das teclas zurumbáticas que acariciam as pontas de meus dedos, espero a doçura do sol, para despertar meus lábios que teimam em beijar o rosto do novo dia e do dia novo, mesmo sabendo da dor que está presente em cada despedida, em cada adeus, em cada "carpe diem", em cada vida que levo em cada dia, como o último dia, e como que cada dia fosse o último, contente apenas por saber que a previsão leviana e despreteniosa há de se tornar legítima um dia, e por um dia apenas...