segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Uma dose no boteco Santo Antônio...


Visto bota de couro, chapeu de cauboi, e me esforço para andar na lei,
mas são tantas as leis,
segundo o código tenho de obedecer até mesmo aquelas que não conheço.
Ignorância não serve de atenuante a crime algum em meu mundo,
minha terra, meu país, minha casa, minha alma.
Sinto o quarto se fechando em meu peito,
apertando o último supiro de um coração bandido,
que não é assim por desejar, e sim por ter nascido torto,
sem jeito, "sugeito" com gê, como escrevi a quatro mil, setecentos e quarenta e cinco dias atrás,
em uma prova de português de meu professor de fundamental.
Tinha o nome de João, e era fiel a lei, dos homens, apenas dos homens, pois parecia não apreciar,
as carícias de uma cortesã, apenas por não apreciar as carícias de mulher alguma.
Mas era fiel, fiel a lei de que cada erro de ortografia valeria menos um décimo da nota final.
Infelizmente eram dez letras, em uma questão, de uma prova de dez questões.
Mas aprendi, ao acertar todas as classificações daqueles tipos de sujeitos tortos da avaliação,
que mais parecia uma enquete, que mesmo acertando, todas as respostas, escrevendo os "sujeitos", corretos, se não lembrar de colocar o 'título' de sujeito antes de cada nome próprio deles, se perdem como nomes, furados como o do cowboy que vos escreve, sem 'título' antes do nome,
sem sobrenome que se conheça, apenas com uma butina, um chapéu, agora coco,
e uma vontade infinita de mudar o mundo...
E que apenas passou neste boteco, para saudar ''o santo'', dar a dose, tomar a uma dose, e ir domir o sono dos sujeitos injustos, que tanto tentam fazer, e nada conseguem por que no fim das contas,
o sono bom é dos justos.