Pode parecer algo que denuncia, lhe fazendo pensar: "Essa coca é fanta...", especialmente pelo fato do autor já ter passado dos 26 invernos, ainda não estar casado, e não ter nenhum problema grave que o impeça de ter um relacionamento sério e duradouro. Bem, em minha defesa, já fui casado e estou muito seguro de minha masculinidade para assumir que estava eu a assistir "O diário de Bridget Jones", não se surpreenda é o primeiro e não a continuação, quando algo me deixou tentado a escrever estas linhas.
O que me engatilhou a digitar isso foi que me sinto em uma encruzilhada entre o que quero para mim, o que quero para minha vida, o que devo fazer com minha vida, o que me dá prazer, e com quem quero estar pelo resto de minha vida. Percebi então que o que realmente me ocorre é que tenho de viver.
O terror de ser feliz me atormenta, não pelo fato de ser feliz em si ma pelo conseguinte de que não teria mais pena de mim mesmo, por conclusão nem dos outros. Também sei que sofreria ainda mais pois seria aterrorizado pelo fato de ter algo a perder: "a felicidade". Estar contente em virtude das coisas e pessoas que me cercam me deixa inquieto, pois tudo se esvai com as areias da ampulheta da vida.
Sempre tive muitas coisas em minha vida as quais me apeguei, e ainda tenho mas mantive sempre uma distancia segura, de meus pais, meus irmãos, das pessoas que amava, das pessoas que amo.
O interessante é que por mais distancia que mantive de tudo, ainda assim a perda, foi perda, e como tal trouxe sofrimento. Ainda mais por não ter aproveitado a chance de viver aquilo que amava. Me sinto hoje como alguém que precisa aprender a andar, mas tem medo de cair e não conseguir mais levantar. O que mais me doi é que essa metáfora não soa como metáfora em minha mente, mas sim exatamente como é: "Tenho medo de viver.".
A consequencia é exata:"Tenho medo de viver pois tenho medo de amar." e posso ir além, algo que meu inconsciente faz sem que me deixe respirar ou enxugar a lágrima que corre do meu rosto: "Tenho medo de amar pois tenho medo de me deixar amar.".
Sobre as coisas que perdi, achei algumas delas, outras voltaram para mim, mas muitas não voltarão, e as demais ainda espero que voltem, pois tenho fé. Mas me deixa inquieto é o que dizem: "No fim tudo dá certo.". Me deixa louco o fato de que tenho de esperar o fim chegar para que tudo dê certo.
O que mais me angustia é que ainda assim terei medo, e sempre terei, de que a vida de certo, mesmo que no fim. Pois vejo a vida passando e os planos que fiz vão ficando para trás e não sei ao certo o que esperar de minha vida. Não sei ao certo o que esperar de uma vida onde os planos ficam para trás e os sonhos não são sonhados por medo de que estes se tornem realidade.