sábado, 19 de janeiro de 2013

Queixa.

De joelhos frente ao Criador
A incrédula criatura se queixa.
Perplexo com a perda do amor,
Pergunta - Por que me levastes a gueixa?

Armando Coelho Neto
(Tio Manduca)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Neruda e sus mañanas.

Tíbia manha sem sol no Serrado
Flores decantadas cobertas por cipós de ritiranas.
Um passaro não de todo encantado
Lhe traz Neruda e suas mañanas.

Armando Coelho Neto
(Tio Manduca)

Não quero...

Não quero teus olhos de tormenta marejados de saudade...
nem teus cabelos sedosos e perfumados...
nem tua orelha paciente confidente...
nem tuas pernas tenras e torneadas...
nem tua boca macia e saborosa...
nem tuas unhas selvagens e famintas...
nem teus seios duros e doces...
nem tua intimidade quente e molhada...

... quero tua alma.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Iracema...

Iracema...
Flor de açucena nos cabelos da morena com nome de flor...
... Flor do caminho e de outrora, uma pena.
Não te encontrar, não te ver, não sentir o aroma de café..
 e o cheiro cinza que compartilhavamos...
o sabor do tabaco, fruto do medo... sabor de pecado, do por vir.

Iracema, do caminho,
uma das que vale a pena,
       guardar,
       amar,

e plantar,

no coração.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O pássaro...


assumi ser... desde que criança, me descobri velho... pois nasci velho, consumido por pensamentos que resultaram de uma infância sempre a espera do pior. Primeiro um pássaro, não recordo bom, de que espécie, pois manchado de negro, o sangue negro, combustível do desenvolvimento agonizava, tendo a morte à espreita, vítima de mais um derramamento de óleo, desnecessário em uma praia distante de meus pensamentos, mas perto dos sentimentos que já espreitavam meu coração. Depois, a água, anuncio apocalíptico de uma guerra que já começou. A falta dela seria anúncio, fruto do desperdício e irresponsabilidades para com as matas que qual centuriões protegem a mãe de todos os frutos, animais e vida.
Então me veio outro Antônio, o dito Conselheiro, que surgindo de um livro de história me ensinou o significado do milenarismo, e de uma cultura que implica na necessidade de um fim próximo, para que o homem perceba que realmente estamos no fim... implicando então numa política de acerto de contas, da expressão do medo... medo do incerto, do que não se afere, se vê, e que só enxerga o coração do puro de fé.
Então o anuncio do bug do milênio, de outras ditaduras que surgiram com interesses não menos escusos daqueles que lucraram com a morte do mergulhão... E percebi que a propriedade, a necessidade que o homem tem de ter, prazer engatilhado pelo desejo, querer irredutível e mundano, nos distraem do que realmente importa.
Pequenas, simples, e tão importantes para uma vida de paz, contentamento e alegria... são o que realmente nos protegem do medo do incerto, do depois, do além...
A paz que hoje habita meu peito, de jovial cidadão, pacato e contente com o pouco, me veio de uma consciência de que é preciso ter medo para sentir o abismo interior que habita todo e qualquer vivente... e que a necessidade de preencher este vazio é suprida de diversas formas.
Coisas vazias, qual carro, praia, tv, futebol... distrações vis para um homem que procura preencher a aridez espiritual e que a cada passo que dá, frustra seus anseios, pois caminha na direção contrária, pois é incoerente preencher o íntimo com algo tão concreto.
Antônio me disse em sonho, que o profeta veio, e vem todos dias para aqueles que sentem sua presença... para aqueles que perceberam que nunca o etéreo será preenchido com o etílico, de cada posse, que inebria ainda mais a mente do humano mundano.
Longe de mim, pregar a pobreza absoluta, e só entenderia desta forma estas também humanas palavras, aqueles que realmente já comeram muito pão e desfrutaram de muito circo. Pelo contrário, é preciso comer, beber, sorrir, cantar, vestir e chegar... mas não fazer disso o caminho, e sim o meio.
Continuo, jovem, rebelde, e incendiário... pois o que guardo, é a imagem do pássaro... pois por ele não pude fazer nada...
Portanto, me resigno a cantar a música do pássaro que um dia cantei em viagem ao desfrutar as privações do tempo, e a tempo, perceber na atenção e sensibilidade de uma criança a esperança no amanhã.




Dedico ao tio Manduca, pela inspiração... pois estas palavras foram fruto de uma crônica publicada na revista Artigo 5o (www.revistaartigo5.org.br) que está logo abaixo... e pela graça de ser o responsável por meu primeiro impresso...




A canção é "Pássaro Proibido" em http://youtu.be/TWWnquASxxU .

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Te amo...

e insisto tanto em te dizer q quase desisto de fazer vc acreditar....
entao... qnd durmo e acordo ao seu lado... percebo q n ha jeito...
de desistir....
deixo de brigar... e como guerreiro derrotado, sigo os designios ditados por meu coracao.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Poucos principios de um fim...

Princípio físico inegável...
o que vai por onde foi...

voltará por onde veio.

O veio por onde foi...
voltará de onde veio...

Elá contente e satisfeito será.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

É notícia...

Fotógrafo: Antonio Moraes Filho
Equipamento: Suely Rios