Crônica
Chico, poeta pernambucano que trouxe à luz do mundo a batida que emanava do mangue, já defendia: "Uma cerveja / antes do almoço / é muito bom / pra ficar pensando melhor". Como que por influência divina, ele ditou, o que já era a muito, provérbio do cotidiano, que se não fosse por desatenção de Abraão, seria o XI mandamento. Esta mera apologia, que não é uma ode por incompetência do autor, vem ao mundo com a vontade de revelar os atributos e graças que a loirinha traz no dia-a-dia de quem desfruta desse néctar.Quanto mais gelada mais sedutora, convida ao almoço aquele que até então labutava sem descanso. A gelada do meio-dia acalma o nervoso, desperta o sonolento, sacode o preguiçoso, nutre o faminto e dá energia para o fim da jornada que está entre o amanhecer e o crepúsculo que é sempre o último de cada dia.Melhor, mais útil e importante do que a cerveja do meio-do-dia só a do "happy-hour". Mas essa já é uma outra conversa.
Antonio Moraes Filho - 16 de janeiro de 2007
Ao som de 'Deixa a vida me levar' - Zeca Pagodinho
Degustando Café com leite
Foto: 'Cerveja' - Ricardo Braescher