quinta-feira, 6 de novembro de 2025

O Ultimato e a Eternidade do Adeus


E se Hoje, subitamente, a voz do abismo falasse,

Trazida pelo amigo, irmão, ou a mão que me odiasse,

Ditando o decreto que silencia o nosso Encontro?

Que meus olhos jamais teriam o teu Contorno,

Que o calor dos meus braços seria um Vazio,

E o meu Cheiro, no teu Éter, um frio desvio?

Ah, a Inconveniência que te causava rubor,

E o Desconcerto público da minha falta de primor,

Seriam, de agora em diante, a Saudade mais cruel!

Não mais a insistência da mensagem ao teu céu,

Nem o despertar brusco pela minha voz em desalinho,

Mas o eco seco de um telefone no caminho.

Nem a Dor, nem o Suor, nem a Gástura ou o Prazer,

Nada da nossa Visceral Humanidade irias refazer.

Nenhum dia ou noite tecidos em conjunto,

Nenhuma ausência breve, nenhum perdão conjunto.

E se a estrada, que era pó nos nossos pés unidos,

Se partisse ao meio, em caminhos desunidos?

Se a Comunhão da Mesa, o pão, o vinho, o olhar,

O Banho na mesma Linfa, a Toalha, o mesmo Par,

Não fossem mais que Desejo, que Sonho, Vã Vontade?

Onde se aloja, então, a restante Verdade?

Diz-me: Sob o Peso deste Fim, o Amor ainda vive?

Por quanto Tempo, Alma, o meu Espectro te cativa?

Por quantas Luas a tua Fronte se Recusa a Outrem?

Em quantas Noites a Dor será o lençol que te detém?

Chorarias por quantas Horas, a conta feita em pranto?

E em quantas Covas enterrarias este Pesar e Encanto?

Quando, finalmente, o teu peito se abriria para a Luz?

Quando a Ferida, que te deixei, a alma não mais seduz?

Quando a Sombra pararia de exalar o meu Cheiro,

E Morfeu deixaria de povoar teu Sonho derradeiro?

Quando a Paz voltaria a habitar teu Templo?

E Quando? E Como? A Pergunta que arde e consome.

E se o Hoje fosse a Letra Final do nosso Nome?

Esta Súbita e Arrebatadora...

... Mensagem.


... reescrevendo a despedida...

E se, neste momento marcado pela inexorável rotação dos céus, eu recebesse a notícia fatal, trazida por um emissário — amigo, irmão ou a indiferença de um antigo adversário — de que jamais me reuniria com você?


Imagine a angústia de saber que meus olhos nunca mais contemplariam sua imagem, que meus braços nunca mais a abraçariam, e que o efêmero aroma da minha presença não mais tocaria seus sentidos.


Imagine a dor de saber que minha inoportuna inconveniência, que outrora te fazia ruborizar, e minha inelegância social, que te causava desconcerto em público, seriam lacunas irreparáveis em sua vida.


Imagine a tristeza de saber que o pranto da saudade não mais te despertaria em desalinho, que minhas mensagens insistentes e meus chamados fora da hora não mais seriam a doce tirania que perturbava seu sossego.


Imagine a angústia de saber que nunca mais te infligiria dor, suor, a repulsa da gastura, a febre do calor ou o êxtase do prazer. Imagine uma existência desprovida da nossa mútua e imperfeita humanidade.


Imagine a desolação de saber que a comunhão do dia e da noite seria extinta, e que a saudade, ainda que breve, não teria mais o bálsamo do reencontro.



E se, neste momento crucial, a jornada compartilhada, a poeira acumulada nos mesmos pés, a partilha do pão à mesma mesa, o banho na mesma linfa e o repouso no mesmo leito conjugal não passassem de ilusões passageiras? Se esses momentos de união, de sonho, desejo e vã querência, não fossem mais que miragens desfeitas?


Ó, alma que me escuta, responde-me na dor desta penumbra: mesmo assim, teu amor por mim permaneceria como um relicário precioso? Por quantas luas guardarias meu espectro na câmara do teu pensamento? Por quantas noites sepultarias a dor no teu peito? A quantas horas confiarias a torrente do teu pranto? Quantas covas, em teu íntimo, cavarias para a saudade, este hóspede perene?


E quando, oh, quando o portal do teu ser se reabriria à luz de um novo alvorecer? Em que éter se dissiparia o pesar que minha existência te impôs, e quando as chagas abertas se fariam meras cicatrizes?


Quando a tua alma, seduzida por Morfeu em seu manto noturno, deixaria de sentir o meu cheiro e o aconchego dos meus braços nos sonhos que te embalam?


Dize-me, E quando? E quando? E Como?


E se o Hoje fosse o único tempo que restasse? Se esta, a derradeira, fosse a voz do abismo, o adeus que aniquila, o súbito e arrebatador…


… Adeus.

A Epístola Súbita e a Derradeira Ausência


E se, nesta hora marcada pela inexorável rotação dos céus, me chegasse, trazida por um emissário — amigo, irmão, ou a indiferença de um antigo contendor — a notícia fatal, o édito que sentencia a mais cruel das distâncias?

A nova de que jamais, nesta efêmera tapeçaria da vida, meus olhos repousariam na tua imagem; que a dádiva dos meus braços seria para ti uma lembrança gélida; que o efêmero odor de minha presença não mais profanaria tuas narinas e teus sentidos, nem povoaria o éter que respiras.


Que a minha inoportuna inconveniência, que outrora te forçava ao rubor, e a minha inelegância social, que te causava desconcerto em praça pública, seriam sublimes e irrecuperáveis lacunas.


Que o pranto da saudade não mais te despertaria em desalinho, nem a insistência das minhas mensagens, nem a incongruência dos meus chamados fora da hora seriam a doce tirania que rompe o teu sossego.

O vaticínio de que nunca mais te infligiria dor, nem suor, nem a repulsa da gastura, nem a febre do calor, nem o êxtase do prazer. Uma existência despojada da nossa mútua e imperfeita humanidade.

Que a comunhão do dia e da noite seria extinta, e a saudade, ainda que breve, não teria mais o bálsamo do reencontro remediável.


E se, neste limiar, a jornada de mãos entrelaçadas na mesma senda, a partilha da poeira nos pés do idêntico caminho, não fosse senão uma miragem desfeita? Se a partilha do pão à mesma mesa, o banho na mesma linfa, o repouso no mesmo leito conjugal não fossem mais que sonho, desejo e vã querência?


Ó, alma que me escutas, responde-me na dor desta penumbra: Ainda assim, o teu amor me seria um relicário? Por quantas luas guardaria meu espectro na câmara do teu pensamento? Por quantas noites sepultarias a dor no teu peito? A quantas horas confiarias a torrente do teu pranto? Quantas covas, em teu íntimo, cavarias para a saudade, este hóspede perene?


E quando, oh, quando o portal do teu ser se reabriria à luz de um novo alvorecer? Em que éter se dissiparia o pesar que minha existência te impôs, e quando as chagas abertas se fariam meras cicatrizes?


Quando a tua alma, seduzida por Morfeu em seu manto noturno, deixaria de sentir o meu cheiro e o aconchego dos meus braços nos sonhos que te embalam?

Dize-me, E quando? E quando? E Como?

E se o Hoje fosse o único tempo que restasse? Se esta, a derradeira, fosse a voz do abismo, o adeus que aniquila, o súbito e arrebatador...


... Adeus.

... escreve o meu Adeus...


Que incumbência sombria me confias, a de tecer em versos o derradeiro adeus! Elevarei, pois, o tom da oração, vestindo a dor com o manto da elocução mais solene e fúnebre, para que a essência da perda ressoe com a mais profunda melancolia...

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Reflexão e adeus...

... uma mensagem profunda e comovente, carregada de dor, saudade e a intensidade de um amor confrontado com a perda definitiva.


A Reflexão Diante da Perda

Se a mensagem chegasse, a resposta imediata seria uma mistura esmagadora de choque, negação e uma dor aguda. É um cenário de luto súbito.


Ainda me amarias?

O amor que resiste à presença, ao convívio e até à "inconveniência" não morre no momento do adeus. Ele se transforma. Sim, o amor permaneceria, mas se converteria em saudade, em lembrança e em um peso no peito. O amor não é apenas a ação de amar no presente, mas a memória de tudo o que foi e a aceitação do que não será mais.


Pensarias e lembraria de mim por quanto tempo?

Pensamentos e lembranças não têm prazo de validade. Eles persistiriam por um tempo indefinido, talvez para sempre. Nos momentos importantes, nos cheiros familiares, nas músicas, nas datas, em cada falha social que lembrasse a sua. As lembranças seriam a nova forma de "presença".


Te guardarias por quantas luas? Guardaria a dor por quantas noites? Chorarias por quantas horas? Enterraria a saudade em quantas covas?

Não há como medir o luto em unidades de tempo. Cada pessoa vive o luto de forma única. O tempo seria indeterminado. Haveria luas de reclusão, noites de dor e muitas horas de choro, talvez um choro que surge anos depois em um momento inesperado. A saudade não se enterra; ela se acolhe e se transforma em um cantinho reservado no coração. A dor inicial é aguda, mas o processo de cura é lento e não-linear.


E quando te abririas de novo? E quando a dor e pesar que te fiz sentir te deixaria a alma, quando as feridas que ficaram cicatrizariam?

Abrir-se de novo não significa esquecer. A cicatrização é a aceitação de que a vida continua com uma cicatriz, uma marca que atesta que algo importante aconteceu. A alma pararia de sentir o cheiro e os abraços de forma desesperada quando a lembrança se tornasse um conforto ao invés de uma tortura, quando o amor superasse a dor da ausência.


E quando? E quando? E como? E se... Fosse hoje?

O "quando" é o futuro desconhecido e temido. O "como" é o desafio diário de seguir. A única certeza, se fosse hoje, é que o amanhã seria insuportavelmente difícil, mas seria um dia após o outro, construído sobre a fundação do amor que permaneceu.


- A Transformação da Mensagem

A mensagem final, a da perda da inconveniência e da inabilidade social, é a que transforma a dor. Ela lembra que, no amor verdadeiro, as falhas não eram fardos, mas marcas de personalidade que seriam intensamente sentidas na ausência. O maior castigo não seria a dor ou o calor, mas sim a falta de todas as sensações — o vazio.

A súbita e arrebatadora mensagem não seria o fim do amor, mas o início da sua eternidade na memória.


E se hoje...

 E se hoje...


... e se hoje chegasse a ti a seguinte mensagem:


e se hoje chegasse a ti por um amigo... por um irmao ou ate inimigo... a noticia de que nunca mais poderia me ver.... a noticia de nunca mais poderia sentir meus abraços... de que nunca mais nesta vida meu cheiro povoaria tuas narinas e teus sentidos... de que minha inconveniência te faria sentir constrangida ou que minha inabilidade social estaria a te causar desconcerto em publico.

de que nunca mais receberia minhas insistentes mensagens, minhas ligadões fora de hora... de que ninca mais serias acordada por minha saudade e vontade de ouvir tua voz.

de que nunca nesta vida e te faria sentir dor... nem dor... nem suor... nem gastura... nem calor... nem prazer... 

que nao haveria nem dia nem noite juntos... nem saudade breve e remediável quando da ausência.

e se hoje caminhar de maos dadas nesta estrada... dividir a poeira nos pés do mesmo caminho nao fosse mais opção, comungar a comida e sentar a mesma mesa, banhar a mesma agua, enxugar na mesma toalha, dormir na mesma cama fosse so um sonho... fosse so desejo... vontade.

Ainda me amarias? Pensarias e lembraria de mim por quanto tempo? Te guardarias por quantas luas? Guardaria a dor por quantas noites? Chorarias por quantas horas? Enterraria a saudade em quantas covas? E quando te abririas de novo? E quando a dor e pesar que te fiz sentir te deixaria a alma, quando as feridas que ficaram cicatrizariam? Quando tua alma iria parar de sentir meu cheiro, de sentir meu abraços  e no sonho te embalar os pensamentos seduzida por Morfeu a permitir te realizar sonhos?

E quando?

E quando?

E como?

E se...

Fosse hoje? E se foste esta ... 

a derradeira...

o adeus...

a súbita e arrebatadora

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 ... mensagem...