... uma mensagem profunda e comovente, carregada de dor, saudade e a intensidade de um amor confrontado com a perda definitiva.
A Reflexão Diante da Perda
Se a mensagem chegasse, a resposta imediata seria uma mistura esmagadora de choque, negação e uma dor aguda. É um cenário de luto súbito.
• Ainda me amarias?
O amor que resiste à presença, ao convívio e até à "inconveniência" não morre no momento do adeus. Ele se transforma. Sim, o amor permaneceria, mas se converteria em saudade, em lembrança e em um peso no peito. O amor não é apenas a ação de amar no presente, mas a memória de tudo o que foi e a aceitação do que não será mais.
• Pensarias e lembraria de mim por quanto tempo?
Pensamentos e lembranças não têm prazo de validade. Eles persistiriam por um tempo indefinido, talvez para sempre. Nos momentos importantes, nos cheiros familiares, nas músicas, nas datas, em cada falha social que lembrasse a sua. As lembranças seriam a nova forma de "presença".
• Te guardarias por quantas luas? Guardaria a dor por quantas noites? Chorarias por quantas horas? Enterraria a saudade em quantas covas?
Não há como medir o luto em unidades de tempo. Cada pessoa vive o luto de forma única. O tempo seria indeterminado. Haveria luas de reclusão, noites de dor e muitas horas de choro, talvez um choro que surge anos depois em um momento inesperado. A saudade não se enterra; ela se acolhe e se transforma em um cantinho reservado no coração. A dor inicial é aguda, mas o processo de cura é lento e não-linear.
• E quando te abririas de novo? E quando a dor e pesar que te fiz sentir te deixaria a alma, quando as feridas que ficaram cicatrizariam?
Abrir-se de novo não significa esquecer. A cicatrização é a aceitação de que a vida continua com uma cicatriz, uma marca que atesta que algo importante aconteceu. A alma pararia de sentir o cheiro e os abraços de forma desesperada quando a lembrança se tornasse um conforto ao invés de uma tortura, quando o amor superasse a dor da ausência.
• E quando? E quando? E como? E se... Fosse hoje?
O "quando" é o futuro desconhecido e temido. O "como" é o desafio diário de seguir. A única certeza, se fosse hoje, é que o amanhã seria insuportavelmente difícil, mas seria um dia após o outro, construído sobre a fundação do amor que permaneceu.
- A Transformação da Mensagem
A mensagem final, a da perda da inconveniência e da inabilidade social, é a que transforma a dor. Ela lembra que, no amor verdadeiro, as falhas não eram fardos, mas marcas de personalidade que seriam intensamente sentidas na ausência. O maior castigo não seria a dor ou o calor, mas sim a falta de todas as sensações — o vazio.
A súbita e arrebatadora mensagem não seria o fim do amor, mas o início da sua eternidade na memória.

